76 - Minha carreira precisa de descanso, e a sua também
Tirei o 'não tenho tempo para nada' do vocabulário. Minha carreira agradece.

Oi!
Já reparou como o termo "autocuidado" ganhou uma aura meio gourmet? No Instagram, ele aparece embalado em velas aromáticas, banhos de espuma e uma rotina matinal de duas horas que envolve journaling, yoga e um smoothie verde. Mas, na vida real, autocuidado tem muito mais a ver com dizer "não", respeitar seus limites e parar de tratar o cansaço como uma medalha de honra.
E no trabalho? Bom, aí o papo fica ainda mais sério.
#01 - o mito do autocuidado como frescura
A cultura do "trabalhe enquanto eles dormem" fez um bom estrago na nossa percepção de produtividade. Durante muito tempo, existiu (e ainda existe) esteve na moda estar sempre ocupado, respondendo mensagens fora do horário, pulando refeições para resolver pendências e normalizando jornadas exaustivas. Quem nunca ouviu – ou disse – um "não tenho tempo nem para respirar"?
O problema é que esse ritmo tem consequências sérias. Burnout, queda na qualidade do trabalho e decisões ruins não são apenas efeitos colaterais – são sinais de que o sistema não é sustentável. E, ao ignorar os limites humanos, ele perde eficiência. Equipes sobrecarregadas erram mais e são menos criativas.
A ideia de que cuidar de si é frescura só faz sentido dentro de um modelo que vê as pessoas como peças descartáveis.
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#02 - o que é, de fato, autocuidado no trabalho?
Autocuidado não é um dia de spa (apesar de que seria maravilhoso se fosse). Na prática, ele se traduz em pequenas escolhas diárias que ajudam a manter um ritmo sustentável – e isso pode ser mais simples do que parece. Algumas mudanças que fazem uma diferença real:
Definir limites saudáveis: Estabelecer horários claros de trabalho e respeitá-los, sem se sentir culpado por não estar disponível 24/7.
Criar rituais de pausas: Pequenos intervalos ao longo do dia não são perda de tempo – são investimento em concentração e produtividade.
Gerenciar energia, não só tempo: Planejar atividades de acordo com os momentos de maior disposição pode tornar o trabalho muito mais eficiente.
Aprender a dizer "não": Aceitar tudo pode parecer uma boa estratégia a curto prazo, mas a longo prazo pode comprometer tanto a qualidade do trabalho quanto o bem-estar.
O objetivo não é encaixar mais uma obrigação na rotina, e sim construir uma relação mais equilibrada com o trabalho – uma que não exija sacrificar a própria saúde para se sentir produtivo.
#03 - minha jornada com o autocuidado no trabalho
No início deste ano, reorganizei minha rotina para que fizesse sentido para mim. Estabeleci um expediente das 13h às 19h e reservei as manhãs para o que me mantém equilibrada: atividade física, leitura e escrita. Essa mudança veio depois de muitos testes frustrados – tentar encaixar minha rotina em padrões prontos nunca funcionou. Com o tempo, aceitei que, por conta do meu TDAH, horários rígidos ou uma agenda lotada de manhã só me deixavam mais dispersa.
Também passei a ser mais intencional sobre meu tempo off: desconecto totalmente às 21h e estabeleci um ritual para desacelerar antes de dormir. Voltei a usar o bullet journal, o que reduziu o tempo perdido entre abas e notificações. Outra mudança essencial foi estabelecer limites físicos para o trabalho – nada de carregar o computador pela casa. Às 19h, fecho tudo e declaro o dia encerrado. Meu fim de semana também passou a ser realmente livre, sem “só dar uma olhadinha nos e-mails”.
Além disso, cuidei do básico: alimentação e descanso. Passei a preparar marmitas para evitar soluções rápidas (e nada saudáveis), aumentei o consumo de frutas e proteínas e, pela primeira vez, estou bebendo dois litros de água por dia sem sofrimento. E um detalhe importante: dei a mim mesma permissão para descansar de verdade. Escolho um filme bobinho na semana e assisto sem culpa. Também voltei a praticar o poder do "não" – se algo compromete meu equilíbrio, simplesmente recuso.
No fim das contas, percebi que autocuidado não é um evento isolado, mas um conjunto de pequenas escolhas diárias que garantem que eu não chegue ao final da semana exausta. Foi um ajuste necessário para continuar fazendo o que amo, sem me atropelar no processo.
#04 - um convite para repensar o autocuidado
Se você ainda vê autocuidado como frescura, que tal testar essa ideia na prática? Pequenas mudanças na rotina podem ter um impacto enorme na sua energia, no seu humor e até na forma como você percebe o próprio trabalho.
O verdadeiro profissionalismo não está em se sacrificar até não aguentar mais, mas em encontrar um ritmo sustentável a longo prazo. E, sinceramente? O mundo já tem profissionais demais exaustos e de mau humor. Não precisamos de mais um.
Este texto da
despertou o desejo de retomar o Bullet Journal.Entrevistei a Carol Milters, e ela contou sobre a experiência de dois burnouts que teve e como incluiu uma rotina de autocuidado para não ser engolida novamente pela roda do hamster.
“O silêncio é o barulho da mente”, como escreveu a
em um texto sobre como transformamos tudo em urgente nas nossas vidas.
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Eu amo essa playlist! Sabe aquele momento que você precisa só parar e respirar? Aperta o play, fecha os olhos e respira devagar por alguns minutos. De nada! 😉
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Por aqui, também começo a trabalhar só a partir das 13h. Minhas manhãs só para mim fazem um bem físico e mental tão grande, que compensam qualquer check de trabalho que eu poderia dar nesse horário. Antes do burnout, eu acordava às 6h, fazia uma xícara enorme de café e já ne sentava no computador. Só desconectava quando a exaustão batia, lá pelas 20h, 21h. Pra que?