Você sabe contemplar?
Um lembrete gentil de que contemplar é um verbo esquecido — mas que ainda mora em nós.
Oi!
Tem dias em que a vida passa como uma paisagem borrada na janela de um trem em movimento. Você pisca… e já é sexta-feira, já é metade do ano. Daqui “uns dias” estamos montando a árvore de Natal.
Outro dia, enquanto tomava café, parei pra olhar o céu no meio da tarde e me dei conta de que fazia meses que eu não fazia isso sem estar no automático. Foi aí que vi um vídeo da Vivo, com a Denise Fraga, que tem circulado nas redes sociais. Já viu?
No vídeo, Denise convida pessoas que estão caminhando numa praça a simplesmente parar e contemplar. Uma das mulheres pergunta: “Mas o que é contemplar?” Elas se sentam, observam o movimento da cidade, o céu, a pressa dos outros. Comentam sobre as nuvens e, em algum momento, até dançam ao som de uma música compartilhada no fone.
“Pois é, a gente não sabe mais o que é contemplar.” — Denise Fraga
Quando assisti, percebi que também não tenho mais momentos de contemplação no meu dia a dia.
Lembrei de quando meu filho era pequeno. As crianças são ótimas em contemplar — sem pressa, sem julgamento. No meu escritório ainda guardo um desenho do Pietro, feito aos quatro anos: “É um elefante comendo amoras”, ele disse. Por anos, tentei encontrar o elefante, o pé de amora, qualquer lógica nos rabiscos vermelhos... até perceber que não precisava entender. Aquilo estava ali. Era real nos olhos dele. E só por isso já era suficiente.
Quando foi que a gente desaprendeu a contemplar?
Vivemos em modo produtividade 2X. A refeição vai com celular, o trajeto com Waze, as conversas por áudio acelerado. O tempo virou um recurso que não podemos desperdiçar — mesmo que estejamos, na prática, desperdiçando a vida.
No trabalho, isso se acentua. Nove entre dez pessoas que chegam à mentoria de carreira estão tão esgotadas que não conseguem nem lembrar o que gostam de fazer. Trabalhar 10, 12, 14 horas por dia virou normal. Mas a que custo?
Sem espaço pra contemplar, a gente perde o fio do que é importante. Não enxerga o elefante. Nem a amora.
“A gente só tá destreinado de contemplar.” — Denise Fraga
Por aqui, tenho feito um esforço consciente pra desacelerar.
Tem dias que eu paro com meu café na varanda, olho o céu, converso com meus gatos, rego uma planta. Não é muito, mas é um começo.
Talvez seja isso.
Talvez a gente só precise lembrar como se faz.
E você, quando foi a última vez que contemplou alguma coisa — de verdade? Compartilha comigo!
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Desfrute! 😉
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Nossa, eu vi esse vídeo na semana passada e ele mexeu muito comigo! Rendeu até uma boa conversa com meu afilhado, de 10 anos, que não sabia o significado da palavra contemplar.