Presentes: uma expressão de amor e sua relação com o dinheiro
#06 | Na coluna de novembro, Priscilla Pellisoli ensina que a paz financeira é também um presente que damos a nós mesmos.
Em Planejamento Financeiro além dos números, Priscilla Pellisoli nos convida a enxergar as finanças como um caminho de autoconhecimento. Ela nos mostra que planejar é viver bem o presente, enquanto cuida do futuro com consciência e equilíbrio.

O ato de presentear está profundamente enraizado em nossa cultura. Segundo a pesquisa "Escolhas e Dinheiro" do Itaú, comprar não é apenas uma transação financeira, mas um exercício de generosidade que nos conecta e mantém em movimento. É, essencialmente, uma forma poderosa de criar e fortalecer laços afetivos.
Com a aproximação das festas de fim de ano, entramos em uma época de intenso estímulo para a troca de presentes: amigos secretos, reuniões familiares e encontros festivos se multiplicam.
Embora esse espírito de compartilhamento seja admirável, é crucial que seja acompanhado de um planejamento financeiro cuidadoso para evitar surpresas desagradáveis no orçamento.
Minha avó materna personifica perfeitamente essa relação complexa entre presentear e expressão de amor. Para ela, dar presentes era sua linguagem de afeto por excelência. No entanto, como aposentada vivendo com um salário mínimo, frequentemente se via limitada em seus recursos. Lembro-me de ocasiões em que ela se ausentou de aniversários por não ter condições de levar um presente, uma situação que, na época, eu não compreendia plenamente.
Hoje, com minha formação em comportamento humano, percebo que a ausência do presente possivelmente representava para ela uma sensação de incapacidade ou até mesmo uma percepção equivocada de falta de amor. Esta reflexão pessoal se alinha com histórias semelhantes que tenho ouvido em meus atendimentos profissionais: indivíduos que, mesmo com orçamentos já comprometidos, buscam satisfazer a necessidade de presentear, recorrendo muitas vezes a parcelamentos extensos no cartão de crédito.
Como Planejadora Comportamental Financeira, reconheço que o ato de presentear carrega significados profundos. No entanto, é fundamental ter clareza sobre o que realmente cabe no orçamento. Desta forma, evitamos que um gesto de amor se transforme em um fator de estresse financeiro, criando um conflito desnecessário entre o desejo de expressar afeto e a necessidade prática de manter as contas em dia.
Para navegar por essa época festiva de forma financeiramente responsável, ofereço uma dica prática: elabore uma lista das pessoas que deseja presentear e estabeleça um valor limite para cada presente. Use sua criatividade para encontrar opções que se encaixem no seu orçamento, priorizando sempre o pagamento à vista. Lembre-se: o verdadeiro valor de um presente reside na intenção e no significado, não no seu preço.
Ao adotar essa abordagem equilibrada, você poderá desfrutar plenamente do prazer de presentear, fortalecendo laços afetivos sem comprometer sua saúde financeira.
O maior presente que podemos oferecer a nós mesmos e aos nossos entes queridos é a estabilidade e a paz de espírito que vêm de uma vida financeira bem administrada.
Agradeço sua companhia nesta reflexão sobre presentes, amor e finanças. Até o próximo mês, com mais insights para uma vida financeira saudável e emocionalmente rica!
“As opiniões expressas pelos colunistas são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião da Carreiras Múltiplas.”
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