Faça o básico bem feito
#12 | Mais um cartão? Na coluna deste mês, Priscilla Pellisoli destaca a importância de ter clareza sobre o que realmente precisamos quando tema é planejamento financeiro.
Em Planejamento Financeiro além dos números, Priscilla Pellisoli nos convida a enxergar as finanças como um caminho de autoconhecimento. Ela nos mostra que planejar é viver bem o presente, enquanto cuida do futuro com consciência e equilíbrio.

Nesta semana, li duas matérias no Valor Investe: uma sobre o uso estratégico de cartões de crédito e outra sobre a média de contas bancárias que as pessoas mantêm. Hoje, vou focar no cartão de crédito — mas o raciocínio também vale para o número de contas que abrimos por aí.
Segundo a reportagem, muita gente tem mais de um cartão por “estratégia”: para organizar as finanças e aproveitar benefícios. Na teoria, parece uma ideia esperta. Mas… e na prática?
Dados mostram que 76% das famílias brasileiras estão endividadas — e o cartão de crédito é a principal fonte dessa dívida. Em um país onde o dinheiro ainda é um tabu e a educação financeira é precária, até que ponto essa “estratégia” nos aproxima da organização... ou do descontrole?
Na minha experiência — tanto nos atendimentos quanto em conversas com outros planejadores — vejo que o uso do cartão de crédito, na maioria das vezes, não é estratégico. É cultural. Muitas pessoas o utilizam porque não têm como pagar à vista. Ou seja: o cartão entra como solução de curto prazo, e não como ferramenta de planejamento.
Outro dia, uma mentorada me mandou uma mensagem no WhatsApp dizendo que se sentiu empoderada por ter pago no débito. Ela disse: “Senti que realmente podia pagar por aquele café com as amigas, pelas compras da semana.” Esse é o tipo de conquista que fortalece o senso de autonomia financeira.
Importante deixar claro: essa não é uma mensagem contra o cartão de crédito (eu uso) nem contra ter mais de uma conta (eu também tenho duas — uma pessoal e uma jurídica). A questão aqui é cuidar da vida financeira com atenção e responsabilidade. Entender o básico, fortalecer essa base e, só então, explorar outras possibilidades com consciência.
Um dos lemas que trago nos meus processos é a simplificação. E ela é uma aliada poderosa.
Comece por onde realmente importa:
Saiba quanto você recebe.
Saiba quanto você gasta com o essencial (aluguel, supermercado, gasolina, seguros…).
E, antes de aceitar mais um cartão ou abrir mais uma conta, se pergunte:
“Eu realmente preciso disso?”
“Vou conseguir manter o controle sobre mais um limite liberado?”
Espero que esse texto contribua na tua jornada.
Nos vemos na próxima!
“As opiniões expressas pelos colunistas são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião da Carreiras Múltiplas.”
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Olá Pri. Muito legal essa sua contribuição para o CM. Eu não sou expert em planejamento, mas aprendi muito cedo não gastar mais do que eu recebo. Sempre tive apenas um cartão de crédito. Uso o cartão como forma de balancear os custos mensais enquanto arrecado pontos. Embora tenha um limite X, sempre estabeleci um limite menor, pensando no pagamento da fatura antes de virar o ciclo do cartão.