Carreiras Múltiplas é uma newsletter para quem está cansado da sua carreira ou do seu trabalho, quer mudar e não sabe por onde começar. Reflexões sobre carreira, vida em equilíbrio e futuro do trabalho. Por Pri Tescaro, jornalista, autora e mentora de carreiras.
Oi!
Estava conversando com a Júlia, uma colega de voluntariado, sobre os medos que cada uma tinha e ela fez esse comentário. Achei interessante ela relacionar a maternidade com a ausência do medo. Nunca havia pensado que ser mãe poderia me transformar em uma pessoa sem medos.
“Depois que o Pietro nasceu deixei de sentir medo de algumas coisas, mas passei a sentir outro tipo de medo. Antes da maternidade não havia problema em viajar de avião, por exemplo. Depois de tê-lo em meus braços, toda vez que precisei viajar, uma sensação de estranheza tomava meu corpo. Tinha medo de não voltar para abraçá-lo novamente”, revelei.
Durante os dias seguintes fiquei refletindo se a maternidade me deixou mais ou menos corajosa. Pensei nos medos que passaram a conviver comigo no dia a dia. O medo de perder, o medo de não estar aqui, medo de engasgar, medo de não respirar, medo de não falar, medo de não ser uma boa mãe (quem nunca?), medo do futuro. Medo de não saber, de não poder controlar.
Aqui em casa entramos na fase da adolescência e começo a sentir outro tipo de medo. Voltar para casa de madrugada depois das festas, medo de bebidas e de drogas, e todos os medos que meus pais também sentiram e, na minha ingenuidade, não acreditava que era verdade.
Percebi que não é porque nos tornamos mãe que deixamos de sentir medo. Eles vão continuar me assombrando dia após dia. Em alguns deles, com maior ou menor intensidade. Mas eles sempre estarão por aqui, à espreita, esperando o momento certo para dizer: “ei, continuo por aqui, viu?”.
Coloquei na balança interna se havia perdido mais medos do que adquirido novos. Cheguei à conclusão que não dá para medir nem na quantidade tão pouco na “qualidade” do medo. Conforme vamos mudando de fase no jogo da maternidade, os medos também se alteram.









Tem uma frase que dizem para as mulheres quando dão à luz: “nasce uma criança, nasce uma mãe e nasce uma culpa”. Gosto de pensar que quando nasce um filho, passamos a enxergar o mundo de uma maneira diferente, com olhos mais cuidadosos e mais realistas com o que existe de fato. São nesses detalhes que os medos mudam e nós aprendemos a conviver com eles, sem deixar que controlem quem somos e nossas relações com os filhos.
Percebi que ter filhos é o maior ato de coragem do mundo e fui aprendendo, dia após dia, a conviver com o tal do medo. No final de tudo, o que fica é que a maternidade nos mostra novas possibilidades de mudar naquilo que é importante e manter aquilo que está funcionando.
PS: domingo, dia 08/09, é o aniversário de 15 anos do Pietro. Um marco para mim que não fazia ideia do que era ser mãe. Ninguém me disse que quando os nove meses chegam ao fim, a próxima fase, a maternidade real, começa sem data para terminar 🙏🏻 . E de tudo que já fiz e vivi nestes 46 anos, ser mãe do Pi é, sem sombra de dúvidas, a melhor experiência de todas.
Feliz 15 anos, meu amor!
Lov u
Forever
Always
Infinite
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