18 - Males que vem para o bem
“Quando você cria mudanças positivas, você começa a se enxergar com novos olhos e começa a se aproximar da pessoa que deseja ser.” — Autor Desconhecido
Esses dias, estava no carro e sintonizei na Rádio Gaúcha, a maior emissora do Sul do país. É uma rádio de notícias 24 horas, o que chamamos de hard news no jornalismo. E, como a jornalista que habita em mim nunca sai de cena, tenho o (péssimo?) hábito de dirigir escutando rádios de notícias.
Pronta para ouvir a voz aveludada de uma jornalista que admiro, minha surpresa foi ela não estar no programa. “Ok, deve estar de férias”, foi o que pensei. Também não reconheci a outra voz que entrou na sequência. E foi assim com o parceiro de ambas de programa. Em um trajeto de 30 minutos, três vozes completamente diferentes daquelas que estava habituada. Eu havia deixado de ouvir a rádio naquele horário por uns, sei lá 15 dias, e tudo estava diferente. Como assim??!!!
Tive uma sensação semelhante quando o William Bonner apareceu de barba na bancada do Jornal Nacional. Oi? Quem disse que ele podia mudar e não me comunicar?
Eu lembro do dia que cortei meu cabelo bem curtinho e fui buscar meu filho, com três anos na época, na escola. Ele me olhou desconfiadíssimo. “Como assim a minha mãe me deixou na escola e tinha cabelo comprido e agora não tem mais cabelo?” deve ter sido o pensamento dele ao ver uma mulher de braços estendidos. Ele relutou um pouco até entender que era a mamãe 😅
Esse tipo de desconforto, de não reconhecer a voz na rádio ou do jornalista aparecer de barba na tv depois de 20 anos sem usar, acontece o tempo todo com a gente. Em maior ou menor grau, mas estamos sempre lidando com situações que nos desafiam e nos tiram da zona de conforto.
Meus exemplos são bobinhos e alguns minutos depois a gente se acostuma com a novidade e vida que segue. Mas têm alguns desconfortos que, na minha visão, acontecem no momento certo.
Quando fui demitida do meu último trabalho, em 2012, aconteceu de um dia para o outro. Na minha cabeça foi assim. Mas a empresa já dava sinais que nossa relação não estava saudável e que talvez fosse o momento de encerrar o contrato. Mas eu estava tão apegada ao cargo, ao salário, à “oportunidade da minha vida”, que não conseguia enxergar que estava, na verdade, em um relacionamento tóxico.
Eu lembro que nos dias seguintes à demissão eu chorei compulsivamente. Achava que o problema era eu, que nunca mais teria outra oportunidade tão legal na vida, que era uma profissional medíocre. Aos poucos fui me reencontrando, ampliando o olhar, olhando pelas janelas que iam aparecendo à minha frente e percebendo que eu estava em uma grande zona de conforto ouvindo vozes conhecidas e reconhecendo alguns rostos. Estar naquele relacionamento tóxico me impediu de enxergar que aquele ambiente quentinho que eu vivia não ia me levar a lugar algum. Foi preciso alguém tomar a decisão por mim para eu me mexer.
Muitas vezes estamos presos à carreiras, trabalhos e relacionamentos que parecem ser muito legais. Porém, muitas vezes é apenas a nossa zona de conforto impedindo que a gente levante o olhar para espiar o que tem além dos muros. Se não fizer o movimento de esticar o pescoço e olhar para os dois lados e mapear as possibilidades que existem, a gente corre o risco de viver sem alguns frios na barriga que fazem a vida valer a pena. Tá tudo bem se você tem o perfil de ficar na zona de conforto e vida que segue. Mas só por hoje, que tal, levantar os olhos e ver o que tem além desse muro que você acha que te protege?
Quando me tiraram da zona de conforto (obrigada ex-empresa), depois de algum tempo me culpando por ser errada, investi em autoconhecimento para sair daquele mar de lágrimas e me reencontrar. Estas são as três coisas que fiz naquela época e que sempre compartilho com as pessoas que me procuram em situação semelhante.
Eu defini um norte, onde eu queria chegar. O primeiro aprendizado foi que eu não queria mais trabalhar para ninguém. Ter uma carreira autoral, nas minhas regras, do meu jeito, era o que me fazia feliz. Onde você quer chegar? Como você imagina esse caminho?
Com essa definição, fui buscar uma área para atuar. Como sempre fui apaixonada por comunicação, segui nesse tema, apoiando mulheres empreendedoras que tinham negócios e precisavam utilizar as redes sociais para divulgá-los. Qual é área que você quer atuar? Quais são os cursos e capacitações que você precisa fazer? Quais são as pessoas que você pode pedir apoio? Precisa de auxílio profissional neste novo desenho de carreira?
Arregacei as mangas e fui pra ação. Apesar de ter uma rota, eu não engessei esse processo e fui construindo e ajustando sempre que necessário. Quais são as etapas que você precisa trilhar para colocar o projeto em ação? Que tipo de ajuda você precisa?
Aula aberta para falar sobre vida e carreira
📅 É amanhã - 05/07, quarta-feira, às 19h, a aula aberta e gratuita para falarmos sobre os Três pilares para uma carreira autêntica e com significado.
Vou compartilhar o método que aplico nas minhas alunas da Mentoria Destrava para fazer uma transição de carreira.
Será um prazer ter a sua presença! Ative o despertador e marque a data na agenda! 🤎 ☕ 💫
O link da aula será enviado no canal Trilhando Juntas: Transição de Carreiras no dia do encontro. Ainda não está no grupo silencioso? É só clicar neste link e seja bem-vinda!
Histórias que Inspiram
📝 No próximo sábado, dia 08, sai a terceira edição do Histórias que Inspiram. Conversei com a Eliana Pinto, uma mulher incrível que fez faculdade de Ciência da Computação lá em 1988, quando a área ainda era quase que totalmente dominada pelos homens. Foram pouco mais de 30 anos atuando com tecnologia, até que decidiu fazer uma transição de carreira para a área de desenvolvimento humano. “A maior parte do período que atuei na área de tecnologia foi com gestão de pessoas e em cargos de liderança. No final das contas, sempre foi sobre pessoas.”
Se você ainda não se inscreveu na News Carreiras Múltiplas, a hora é essa. E se você conhece alguém que deve ler e se inspirar na história da Eliana, encaminha o link para ela se inscrever 😄
A curadoria da semana é sobre textos e conteúdos interessantes que encontrei nas minhas pesquisas:
🫣 Quantas e quantas vezes a gente faz as coisas pelos outros. Para agradar os outros. Porque é assim que todo mundo faz. Este texto da
sobre a coragem de desagradar nos mostra que às vezes a gente só precisa ser, nem bom, nem ruim, apenas ser.🍹Eu descobri a Amelia do Carmo em um tweet e me apaixonei de cara. Aí ela publicou este vídeo no Instagram onde ensina a fazer CHOCONHAQUE.
😋 A Leila foi minha mentorada em 2017. De lá para cá ela se descobriu cada vez mais. Hoje, ela faz o que ama e sabe fazer muito bem, ensinar sobre estilo de vida, culinária e amor nas redes sociais. Eu vivo fazendo as receitas que ela ensina no seu perfil no Instagram. Este final de semana eu fiz o bolo de paçoca que ela compartilhou e ficou uma delícia!!
A news de hoje foi escrita sob o som desta playlist que me leva aos anos 1950 e 1960. Talvez eu tenha uma vida nesse período e não saiba….. Pra mim, é um dos melhores estilos para dançar, sozinho ou não. É sempre uma alegria!
Divirta-se!
Nos vemos na próxima semana!
Com carinho,
Pri 🤎 ☕ 💫