14 - Você sabe o que é um Home Run? | Carreiras #08
“ ‘Aprender é nos dar uma segunda chance’. É a chance de sermos autores de nossas próprias vidas - e, quem sabe, de realizar algumas coisas grandiosas pelo caminho.” — Alex Bretas
Você sabe o que é um Home Run?
É uma jogada do beisebol onde o rebatedor acerta a bola e ela ultrapassa os muros do estádio sem que os jogadores defensivos consigam pegá-la no ar. Quando isso acontece, o rebatedor deve correr todas as bases (e pisar em cada uma) até chegar à última. Esse é um dos principais pontos que um time faz em uma partida de beisebol. A outra, na minha opinião, é o Grand Slam. Todas as bases estão ocupadas e o rebatedor faz um Home Run. Ou seja, todos completam a corrida e mais quatro pontos para o time!
Como eu sei sobre essas jogadas do beisebol, um esporte pouco conhecido no Brasil? Em dezembro de 2020, fim do primeiro ano da pandemia, meu marido estava assistindo aos playoffs entre o Los Angeles Dodgers (Los Angeles - Califórnia) e o Tampa Bay Rays (Tampa - Flórida), sentei ao lado no sofá e ele começou a explicar como era o jogo. Era a primeira vez que assistia uma partida de beisebol. Eu curti aprender as regras, as principais jogadas, os times queridinhos, aqueles de cidades pouco conhecidas, os melhores atletas… eu estava aprendendo algo novo. Nem preciso dizer que aqui somos Team Tampa Bay Rays!!
Tentei lembrar quando foi a última vez que aprendi algo novo pela primeira vez e só consegui pensar no nascimento do meu único filho, em 2009. Todas as outras vezes, não era algo totalmente novo. Era um aprendizado para melhorar um idioma. Ou para aperfeiçoar uma habilidade. Mas algo novo, do zero, e que não estava relacionado ao meu trabalho, era a primeira vez em 11 anos.
Eu não decidi aprender sobre beisebol. Simplesmente aconteceu e foi uma forma de compartilhar mais momentos com meu marido em uma atividade que ele curte. Foi por diversão!
Outro aprendizado foi na cozinha. Tenho me aventurado cada vez mais entre as panelas e a cada final de semana sai uma especialidade nova do meu fogão diretamente para a mesa. Acredite, as receitas ficam cada vez melhores. Segundo meu filho, eu faço o melhor bolo de maçã do mundo 🍎.
Aprender está no meu DNA
Eu não imagino viver sem estar conhecendo algo novo. Sou uma curiosa nata. Eu já era assim antes mesmo do termo lifelong learning, o aprendizado ao longo da vida ser tão comentado. Porém, eu conhecia apenas um modelo de aprendizagem, aquele tradicional e realizado em ambientes escolares formais. Foi apenas em 2021 que descobri um termo que fez minha mente explodir 🤯: Aprendizagem Autodirigida.
O que é essa tal de aprendizagem autodirigida? É a possibilidade de estar no comando dos seus estudos a partir dos seus interesses e daquilo que faz seus olhos brilharem. E perceber que, dessa forma, aprender e estudar se tornam algo extremamente prazeroso e possível em qualquer fase da vida.
Pra mim, uma nerd 🤓 de carteirinha, descobrir esse conceito era como encontrar o pote de ouro. “Quer dizer que tem mais pessoas que gostam de aprender como eu? E para isso a gente não precisa ir para instituições tradicionais de ensino. Peraí que preciso saber mais sobre isso.” Mergulhei fundo no tema, descobri pessoas que trabalham com aprendizagem autodirigida há muitos anos - uma delas é o
da news Aprendendo em Voz Alta, meu amigo e que já contei sobre ele aqui e aqui.“Autodireção não quer dizer fazer sozinho, e sim decidir autonomamente em relação ao próprio caminho. Autonomia é um atributo da relação”. — Alex Bretas, criador do MoL, a maior comunidade de aprendizagem autodirigida do Brasil.
Nas minhas palavras, aprendizagem autodirigida é um processo para aprender o que faz sentido pra mim naquele momento atual de vida. Para isso eu vou além do formato tradicional, busco conteúdos sobre o tema, pessoas que são especialistas no assunto, busco redes que abordam minhas questões e tento colocar em prática cada aprendizado. Tudo isso durante o período pré-estabelecido comigo mesmo. Eu estou no leme dessa embarcação, sou eu quem decido o que quero aprender, como, com quem e por quanto tempo aprender.
Foi mais ou menos isso que eu fiz com o beisebol. Meu marido me ensinou as regras, passei a assistir aos jogos e seguir alguns perfis no Twitter sobre o assunto. Hoje, quase três anos depois, eu e o Márcio temos um ritual nas noites de sexta-feira. Ele traz a pizza pra casa, a gente abre uma garrafa de vinho e assistimos ao jogo de beisebol com direito a comentários sobre as jogadas. Pra mim, esse aprendizado foi leve e divertido. Não vou aplicar as técnicas do beisebol no meu trabalho diário, por exemplo. Porém, já percebi que em alguns momentos do dia eu posso ser mais estratégica e não arriscar um Home Run, mas fazer uma rebatida de sacrifício, ou sacrifice bunt, aquela batidinha leve do bastão na bola só pro jogador do time correr para fazer o ponto.
Agora, conhecendo melhor o conceito de aprendizagem autodirigida, já estou estruturando os temas que quero me aprofundar no segundo semestre. Já está na minha lista o cultivo de plantas e hortas, comunicação não-violenta e como melhorar minha relação com meu filho adolescente. Estou selecionando os conteúdos que quero ler, relacionando as pessoas que podem compartilhar o que sabem comigo e quais redes eu posso buscar apoio para estes temas.
Pra mim, aprender vai muito além de entrar em uma sala de aula e ouvir um especialista falar sobre um assunto. É uma experiência que envolve paixão, curiosidade, interesse pelo outro, desejo de crescimento, partilhas. Acredito que aprendizagem autodirigida é uma das maneiras da sociedade melhorar para as gerações futuras.
"... o objetivo do aprendizado ao longo da vida não está limitado a melhorar sua carreira, mas torná-lo uma pessoa melhor e mais feliz." — Conrado Schlochauer PhD em Psicologia da Aprendizagem e especialista em educação corporativa.
A curadoria da semana é sobre textos e conteúdos interessantes que encontrei nas minhas pesquisas:
✍ Quem você quer se tornar? Essa é a pergunta que norteia este texto da
na news. Ela contou que resolveu assumir o papel de escritora, mesmo sem acreditar que é uma. Sem dar spoiler, ela conta sobre⚾︎ Um dos perfis mais bacanas do Twitter sobre beisebol é do Ubiratan Leal. Ele entende muuuuiiito sobre o tema.
🤔 O Daniel Wildt é meu colega de aula no Mol³ e escreveu este texto bem interessante sobre pertencimento. Ele abre o texto com este questionamento “buscamos pessoas que se encaixem na nossa cultura. E amanhã, quando a cultura mudar, o que você faz com todas estas pessoas? Troca?” e ainda está ecoando por aqui.
💆🏻♀️ Você sabe quais são os sete tipos de descanso que existem? Encontrei este texto do TED que explica quais são e como podemos colocar em prática em nosso dia a dia. Pra mim, o mais desafiador de colocar em prática é o descanso sensorial. E pra você?
Histórias que Inspiram
📅 No próximo sábado, dia 10, sai a segunda edição do Histórias que Inspiram. Conversei com a Muriel Magalhães, advogada e idealizadora do Restaura Diálogos, onde ela apoia pessoas e organizações a desenvolverem mais clareza e conexão na comunicação. Mas ela é muito mais que isso. Muriel é facilitadora de experiências, polinizadora de sistemas de apoio, praticante de meditação e yoga, amante da cultura de paz e da comunicação não violenta.
A conversa com a Muriel rendeu um super papo sobre retomar sonhos de infância, fazer a diferença no mundo e sobre a necessidade que ela tinha para ter uma carreira baseada no tripé: apoiar pessoas, estabilidade financeira e morar em um lugar perto da natureza. “A gente precisa entender a parte boa da vida não vem na aposentadoria, vem no agora.”
Se você ainda não se inscreveu na News Carreiras Múltiplas, a hora é essa. E se você conhece alguém que deve ler e se inspirar na história da Muriel, encaminha o link para ela se inscrever 😄
Pegando o gancho do tema de hoje da newsletter (e como 9 entre 10 brasileiros se aventurou na cozinha durante o período mais crítico da pandemia da Covid-19) sobre aprender coisas novas, a playlist da semana é para te inspirar a preparar o almoço - ou jantar - no final de semana. Para os amigos, para a família, ou pra você mesmo. Por que a gente se mimar é fundamental na vida!
Nos vemos na próxima semana!
Com carinho,
Pri 💚
Estava aqui lendo a news enquanto escuto um dos meus cursos sobre reino intermediário, sonhos, povos antigos e afins, alguns dos assuntos que têm me despertado a vontade de aprender do meu jeito e, assim, também a ensinar do meu jeito, me levando por inteiro para todos os espaços por onde eu circulo. Inclusive, estou com os livros do Alex engatilhados por aqui! <3